Na manhã de quarta-feira (5), Edmir Chedid (União), concedeu a primeira coletiva de imprensa, após os primeiros 30 dias de mandato. Durante as quase duas horas de entrevista, o prefeito respondeu perguntas sobre obras paradas, saúde, carnaval, IPTU e o rompimento do contrato, ocorrido na terça-feira (4), com a Agência de Desenvolvimento Econômico Social (ADES), que prestava serviço para a Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer (SEMJEL).
Edmir disse ainda, que ele não é o Jesus e que cada um tem um estilo e que vai trabalhar para ser melhor. Falou o motivo de renovar quase todo o secretariado da ex-istração, que é do mesmo grupo dele e avaliou o mandato do ex-prefeito Amauri Sodré, dizendo. "Acho que a istração anterior, no fim do mandato, perdeu o embalo, até por ele não ser o candidato a prefeito. O seu pessoal achou que a eleição estava ganha e não existe eleição ganha".
Cada veículo de comunicação pode fazer uma pergunta. A jornalista Luci Miranda, representado o Jornal de Bragança e Região e a Rádio o Caminho FM (105,9), questionou:
Luci Miranda: Prefeito, qual o maior desafio que o senhor encontrou na cidade, nesses trinta dias?
Prefeito Edmir: O grande desafio nosso, era ter um hospital regional e o nosso grupo sempre trabalhou nesse sentido. São mais de 20 anos que eu trabalho para ter um hospital regional, meu grupo sempre trabalhou e falou do hospital regional. Os adversários sempre perguntando por que não veio ainda. Estamos trabalhando e por que vocês não fizeram até agora? E parece que estamos conquistado o hospital regional, o que vai dar uma grande folga para o sistema de saúde do município. Hoje, tem registrado 170 mil pessoas usando a saúde de Bragança. O maior desafio é a saúde pública, continua sendo, nós temos que a cada dia implementar mais a saúde pública. Sobre o hospital regional, eu tive reunião com os prefeitos da região para trabalharmos juntos, para fazermos a reorganização da saúde regional e sabermos o que é necessário ter, de média e alta complexidade, no hospital anunciado pelo governador. Esperamos que, realmente, o hospital saia o quanto antes. Como fui 32 anos deputado e, sofri muito porque trabalhei para ter esse hospital, agora houve a palavra do governador, a gente tem de acreditar e ficar aguardando.
Edmir Chedid citou ainda outros dois desafios importantes, o transporte público e emprego. Ele disse que há cerca de 20 anos eram transportados cerca de um milhão de ageiros por mês em Bragança, número que caiu para os atuais 400 mil/mês, o que na avaliação dele é devido ao crescimento no número de motos, carros, carros de aplicativo, e que causaram impactos que estão sendo avaliados para poder melhorar o serviço.
Sobre emprego, ele disse que o empregador busca profissionais empenhados, determinados, que não faltem, que sejam comprometidos, mas têm dificuldade de encontrar esse perfil. No entanto, o prefeito disse que pretende ouvir os empresário para entender a demanda e assim investir em cursos para preparar o jovem que, de verdade, quer trabalhar. Disse ainda que pretende implantar a “guardinha mirim”.
Luci Miranda: Apesar do ex-prefeito Amauri Sodré ser do seu grupo político, o senhor encontrou muitos desafios na cidade, como inúmeras obras paradas, a saúde com muitas reclamações, e o senhor renovou praticamente todo o secretariado. Então, gostaria de saber, qual a avaliação do senhor sobre a istração anterior do seu grupo?
Prefeito Edmir: A avaliação do governo anterior começou bem, teve um tempo que foi ótimo, mas terminou com 40% na avaliação da população. Acho que a istração anterior, no fim do mandato, perdeu o embalo, até por ele não ser o candidato a prefeito. O seu pessoal achou que a eleição estava ganha e não existe eleição ganha, só depois que apura e que a justiça declara. Acho, que ele trabalhou da forma que pode trabalhar, acho que ele fez o que estava dentro do coração dele, o que a família dele queria que ele fizesse, acho que ele fez o melhor pela cidade, que ele podia. Mas, já no dia da convenção, eu utilizei quatro institutos de pesquisa que levavam a conclusão de que ele não ganharia a eleição. Eu fiz a reunião com os partidos e vereadores e a gente decidiu tudo, e ganhamos a eleição. E, vamos cumprir o mandato como sempre dissemos. Falavam que eu iria renunciar ao mandato e ficar na Assembleia. Até poderia ter feito isso, mas não fiz.
Sobre os secretários, perguntaram desde o começo porque eu troquei os secretários. Eu fiz uma pesquisa de opinião pública, após a eleição, para saber o que o povo queria, que continuasse como estava ou houvesse mudança. E, 95% queriam mudanças, e eu mudei 85% dos secretários, procurei atender a população e estou muito satisfeito com os meus secretários até o dia de hoje. Estamos implementado uma equipe que vai avaliar o trabalho de todos os cargos a cada 90 dias, desde os secretários até os servidores comissionados e concursados. A comissão está montada, queremos premiar os bons e extirpar os ruins, na forma da lei. Queremos que o servidor público seja respeitado, mas para isso a população também precisa ser respeitada.
“Eu não sou o prefeito Jesus”
Em determinado momento da coletiva, o prefeito disse que, em tudo, o modelo está mudando e frisou. “Eu não sou o prefeito Jesus, nem vou ser o que ele foi e talvez em alguma coisa eu seja melhor, vou trabalhar para ser melhor. Eu não vou ser o prefeito Amauri, eu não vou ser o prefeito Fernão Dias, Jango, eu não vou ser o Nicola Cortez e nem o Zé de Lima. Cada um é cada um, cada um tem seu estilo e eu vim para mudar! Vou ter muitos problemas para enfrentar as mudanças, mas nós vamos acabar com a cultura de que o poder público tem que fazer tudo o que a população quer, que o empresário quer. A maior função do poder público é fomentar tudo na cidade. É o que eu pretendo fazer. Vou fazer muitas obras, vou trabalhar dia e noite, vou ajudar as pessoas carentes a terem uma condição de vida diferente. Não vou dar o peixe para ninguém, mas vou dar a vara e ensinar a pescar. Eu tenho o meu estilo. Espero que as pessoas que me acompanham que vão vendo ao decorrer dos anos, como vai ser e se vai dar certo", frisou Edmir.
Outros assuntos
Revisão IPTU - o prefeito disse que há vinte anos ele não era atualizado e que irá promover a justiça social. Disse ainda que tem muito imóvel que vai ter o valor do imposto diminuído e outros, defasados, serão atualizados. E afirmou que ninguém irá pagar mais do que 70% do valor do imóvel. Os carnês começam a ser entregues no final e fevereiro e começo de março.
Contrato com a ADES - Edmir disse que o valor pago à empresa era de R$ 470 mil por mês, mais de R$ 5 milhões por ano, o que motivou o rompimento do contrato. Ele disse que o novo secretário de Esportes, Paulo Alberti Filho, irá encontrar uma medida que garanta os serviços prestados ao esportistas, seja com uma empresa que cobre um valor menor ou através de patrocinadores.
Obras - Edmir disse que são 34 obras andamento, além de duas que estão sendo iniciadas. As paradas somam 5 e que as respectivas empresas já foram penalizadas. Há processos em andamento para contratação de novas empreiteiras e reinicio das obras.
Carnaval- Edmir disse que terá uma verba, valor ainda não definido, concedido a Liga Independente das Escolas de Samba de Bragança Palista (LIESB), e se ela achar que que dá pra fazer, ai terá carnaval, mas se não der, não terá. Ele deixou a entender que para 2026 haverá reformulação no formato do carnaval. Para este ano, segundo o presidente da LIESB, haverá sim o carnaval, independete do valor que será reado. Sobre o carnapraça e shows, a secretária de Cultura, Marilea Menezes, afirmou que irá acontecer.
No Instagram @jornaldebragancaeregião serão disponibilizados, em breve, os vídeos com alguns temas abordados pelo prefeito.
